sábado, 21 de março de 2015

Ar dói



Eu calo a saudade, porque nada adianta falar,
Porque dói mais expressar
Porque evidencia o vazio

Eu preciso te compartimentar,
Para, em ação na minha vida,
Seguir em direção ao encontro
Verdadeiro

Tecnologias cansam e não me fazem alcançar
Meus corações

Espalhada por aí

Contida em mim

Lucy, 21/03/2015

Reclusa (recuso)



Este caminho que tracei
Que tinha caco de vidro e espantalhos
E vômitos e abismos
E muitas vistas lindas de cima de precipícios
- Donde sobrevivi –
Deve ter tido a sua serventia

Para distinguir as imagens rasas
Que parecem lhe formar
Que nada valem

Para identificar as mentiras
Que nunca me servem

Para escolher, nem que seja a solidão,
Com a minha paz

Porque o silêncio é muitas vezes a única resposta
Com ações de pegadas firmes
Na areia movediça desta base – chão
DURA

A vida

Se eu não sei qual será o caminho
Não me importa

É bastante saber
Que eu não vou por aí.

Lucy, 21/03/2015

sábado, 14 de março de 2015

(em) Dissidência



Das palavras que são ditas
Sem pensar
Dos sentimentos
Que coagem
Sentindo menos

Da sociedade que dói em mim

Da música que me faz

Sobreviver
Viver

Eu sinto demais e tento
Manter-me una

Dos estranhos
Que povoam meu ser

Dos familiares
Tão estrangeiros em mim

Dos desconhecidos
Que me fazem
Acreditar

Que é uma maneira
De percorrer o dia de hoje

Eu faço meu ser-casa
Com muita música
Alguns ventos

Ondas

E esquecimento

Mas eu construo uma página
Depois da outra
Eu dou passos laterais pra não te ver
Eu dou passos laterais pra não me esquecer

E seguir

(Pelas frestas eu também sou
Toda beleza)

Lucy
13.03.2015