sexta-feira, 17 de abril de 2015

Incômodo

De imagens e nada mais vamos vivendo
De imagens e tudo mais
Sobrevivendo
A natureza que permite
As mesmas águas chegando nessas areias
Calçadas tão diferentes

As vísceras do Ser Humano
Que suja teu nome

A Cidade que está ali e te oprime
Os cimentos que te enterram
E fazem de carros, estátuas
Que te atropelam
Latas, ar-condicionado e mentiras

Porque somos todos da mesma matéria-carne
Que morre, que sente
Muito

Que as leis que governam sei lá qual Circo
Criam pontes que separam

E vai uma maquiagem Azul e Verde,
E uns sorrisos, para te perder, "Caro outro",
"pobre outro", de vista.

Nestas praias, tão belas, estão contados,
(cada um no seu quadrado),
500 anos de injustiças

Mas todos recebem a benção libertária do Mar,
E o sol, também, queima com o mesmo grado
Toda a gente.

Liberdade
Apesar da Cidade

Lucy, 17/04/2015