sábado, 24 de fevereiro de 2018

Desfaz Imagem



Meu corpo não é só o formato que ele tem
É o movimento que emana de mim
Que dança
Meus olhos muito mais que minhas cores
Energia

E minha voz só um meio
Que importa o que eu resolvo dizer

Uma imagem (te) diz pouco
Uma fração

Minha pele em choque com o mundo
Pulsa com o mundo
Que meus pés resolvem descalços
Ser também em areia e água

Uma riqueza de ser
Uma liberdade de sair
De conchas
Um luxo de também ser só

Eu sensações e curvas que se fazem
E se perdem
No ar

Captura?

Lucy 24/02/2018

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

Avanço em mim



Alguns momentos de digestão
Um momento de descaso
Acusado em mim

Ter calma na respiração

Algo aconteceu que eu também permiti
Algo aconteceu que precisa mudar

Encurralada
A esperar

O tempo que tudo resolve
Desenlaça e liberta

O cerne de mim – agora pesado
Permite e espera receber ar e vento
Me lavar e elevar

O que agora arde meus olhos
Também é o que virá para apaziguar minha alma

E me fará também ver melhor
E me ser melhor e com mais sinceridade
 - que você que se protege no meio de um pelotão,
E que vai ao ataque sem sentir as baixas –

Eu na ponta, eu sem formação,
Sinto tudo

Mas também me faz
Habitar
E viver melhor
Minha pele

Quando avanço adiciono
Sem te fracionar

Lucy 12/02/2018

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Sorteada



Você sempre demora para vir
E nunca demora para chegar quando vem
Eu
Divido meu ventre em partes
Para resplandecer com muito sol em mim

O que é para a gente saber dos outros
Que a gente não saiba de si ?

Eu semeio uma energia pequena que vibra de dentro do meu cerne
Que vem com sons
Que vem em ondas

Eu ensaio meu corpo no mundo
Saio
Finco em mim uma bandeira-brado
E aceito deriva

Sou toda
Em construção
Ao vento que me traz
Ao vento que me refaz

Aceito as sortes
Que tudo fazem
Sem nada dizer.

Lucy 09/02/2018

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Cada dia mais pessoense, para adicionar



Eu me alimento de amigos
E tudo ficará bem
E sou tão felizarda

Em nova terra, se fosse embora,
Já iria deixar uma parte de mim

Em João Pessoa -  que seria outro nome de cidade –
Ares tranquilos me soam do rio para conectar com o mar
Que com pernas livres faço a ligação
Entre o velho e novo

E com paciência semeio
Meu movimento parada

Que tudo que me prendia
Seja também o signo da minha conquista
- Livre!-

Que o que até há pouco me parecia
- Um navio desolador com bonita vista –
Agora é meu continente e terra inteira

Do meu corpo e pés tambores
Também algumas seivas
Se alimentam desta terra
E fincam raízes

Não aprisionam, me estendem...
E sou mais uma terra em mim.

Lucy, 04/02/2018