segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Taíbinha imersa


A maré que seca até encontrar teu fundo
Algumas pedras que respiram por vezes
E eu toco este fundo em superfície

Enquanto uns coqueiros e bicas vêm de cima –
Eu subterrânea em mar

Com o sol expondo as entranhas
Ora soterradas por águas límpidas
Da maré cheia
Da Taíba

Minha memória é presente
O lugar que persiste
Apesar de tudo

A existir

A me dar de volta o que se foi no tempo
A me enriquecer de presente
Para viver simplesmente

A alegria de ser parte da paisagem

De tudo quanto vejo e sinto
E que me é também por dentro

Pois infiltra em mim
E irradia

Lucy 26/11/2018

VER CORES EM SI


Inútil esperar
Que daltônicos vejam cores

Se nem querem

A vida pode ser muito mais simples

Eu que também posso ficar
Com tantas músicas boas

Em mim

Ao invés de tentar escutar seu som
Que pouco e fraco vem

A liberdade encanta e é tão ampla

E vem em cores cintilantes

A liberar com leveza
As portas pesadas do tempo

As vontades que jamais
Deveriam ter estado presas

A ti

Lucy 21/11/2018