domingo, 29 de março de 2020

Ter alguma luz hoje


Difícil acreditar no que vem ou não
De uma dificuldade de sociedade
Que teima em existir
Difícil imaginar o que vem ou não

Por aqui, um corpo, um tanto de pele,
E alguma cabeça
Tentando com calma não te ferir
Não me ferir

Enquanto eu não sei se realmente a gente valha tudo isso a pena
Será nossa provação?

O dia de hoje ainda está garantido
E realmente só se pode viver de presente
Meus presentes

E assim se chega, se vai,
Se mantém em ações do que se acha poder ser alguma solução

... enquanto os outros...
... enquanto os outros...

Continuarão a viver e morrer
Sem ver o dia de hoje pela perspectiva que a natureza lhe deu
Para ser humilde

Eu ainda consigo e fico calma
Nada disso inconsequente de sociedade me amedronta ou assusta tanto
(eu já sabia)

E não é lá o gestor
É meu vizinho que sai sem por que
É quem dá voz e corpo a imbecis

Que impregnam

Eu
Ainda tenho meu corpo em que mando
E que decido ou não ser isso

Enquanto ainda consigo fotossíntese
Dentro de mim
E em meu lar.

Lucy 29/03/2020

quinta-feira, 19 de março de 2020

No ar a superfície da Sociedade

Tempo e correnteza
Que não esperam por nenhum homem

Seria um conto que Saramago
Saberia contar muito bem
De todos os comportamentos, caos
E Esperança
Que o ser humano dá

Tudo que se revela
Quando o cerco aperta
Invisível
Nas almas dos corpos

É uma paz que se pode criar
É uma calma simples que se deve ter
Nos corações

Que também é uma medida
De quão coletivo
O ser humano consegue ser

Para os desavisados o mundo
Por vezes
Resolve gritar

A natureza que se há de respeitar
Sempre

A luz ainda brilha, os pássaros cantam
E tudo que existia além de nós permanece

Até a música ainda pode existir
Se para se Ser
Se souber proteger, Também,
O outro

Lucy 19/03/2020