domingo, 28 de abril de 2013



A vida molha aos poucos a rua

A vida absorve aos poucos

E muda


Lucy 28 abril 2013

terça-feira, 23 de abril de 2013

Na Estrada



Eu vou correr dez mil quilômetros e não vou dar sossego
Não vou encontrar sossego
Vou percorrer teu corpo e vou descobrir que tem fim

Minhas andanças não

Vou tentar não me perder quando eu tiver que ir
Por aí
Vou tentar te ver, vou tentar te perder

Vou fazer qualquer coisa que me faça,
De qualquer maneira
Veloz, celeste, sincera
E esquecida

Vou tentar te perder
Vou tentar me encontrar
Para poder me perder

Eu não tolero, a prisão que me acompanha

Me acompanha
Apesar de tanto AR ao meu redor
Apesar de tanta palavra em mim

Preciso ter silêncio
Para fora de mim
Eu preciso --- encontrar minha paz em silêncio

Em outro continente minha alma ainda estará acorrentada
Por uma palavra que não tem nome
Por um não que eu vou matando

Se eu for muito em frente
E não olhar para trás
Eu vou me perder de mim

Me prender em ninguém
E ser – estrada horizonte

Enfim.

Não quero sorrisos carapuças por trás, pela frente
Eu viajo e perco contatos nos que eu faço
Perco meu atos pelos maltratos

É que perguntaram como eu estava
Perguntaram?
Mas não extenderam as mãos

E minha voz ficou no silêncio

Lucy, 23. Abril.2013

sábado, 20 de abril de 2013

Fome



Eu preciso poder compartilhar
O mais sincero e honesto
Cerne do meu ser
Simples

Mas Eu preciso também
Viver sem ideal nem esperanças
Para ser sincera
E não construir uma armação

Falsear Verdades
Encontrar cópias
E datas de validade

Que nada me adicionam

Eu fico cínica
Eu sorrio cínica

E me liberto dentro de mim

Em minha casa
Alcanço o mundo

Porque sem mentiras
Porque sem expectativas
Porque irrestrita

Eu preciso compartilhar?

Eu escrevo desesperadamente
E serenamente
Para salvar algum tipo de mundo
Eu

A tela-folha me olha, e num quadro em branco
O infinito é fim
O infinito é fome

E algum tipo de metafísica me enche de paz
De esperança de nada
De simples, afinal,

Ser sem ter que esconder

E Na rua

Leia-me.

Lucy, 20. Abril. 2013.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Esfinge



Decifra-me ou te devoro
Te devoro
Te reviro
Em trapaças que serei

Uma figura em três
A mesma comigo
Decifra para onde irei
Quando irei

Aonde estou ?

Meu pensamento circunspecto
Tem poucas línguas
E Muita fala

Revira e fica o silêncio
Mal escrito
Que não te dá repostas
Só te pergunta

Tu podes ou se afasta?

Lucy, 19. abril. 2013

sábado, 6 de abril de 2013

Confronto


Desculpa
Fui eu, mas desculpa
Foi também o ambiente,
foram os entorpecentes
Que me sensibilizam

Foi a perda, foi o gasto
Fui desgastada
E por todos os sorrisos
Que eu carrego comigo

Em alguns pontos há que se ouvir
Uma falta
Uma impaciência
Algum tipo de consistência
Inconsistente

Desculpa,
Mas foi ciente
Que eu desacredito
Que eu acredito

Na oratória de falar
Ser real, de ser confusa
E quem sabe, te afastar
Ou não

No movimento sorriso distração
De ser

Há quem se chegue

Apesar de alguma verdade
Latente
que eu firo

Abre-se um ponto
(E de sangue também se respira).
6 de abril.