domingo, 26 de maio de 2013

Vivendo



Os homens me dão calafrios
Frios calados
Meus amigos me mantém
Viva

Me dão base, para não cair
Assim: toda de uma vez
Quando tudo parecia estar equilibrado, de alguma maneira
Um pequeno vento soprou
Em hora inoportuna,
Na brecha de um calcanhar
De Aquiles

E me desmorona quase me desmorona
E aí eu preciso ter calma
Respirar bem fundo
Mundo
E refazer meus passos
Tentar encontrar o momento em que eu perdi
Em que eu me perdi

Eu posso ser muito mais
Eu sou muito mais
Eu posso ter valor
Eu consigo e serei feliz
Eu farei meu caminho

E eu tento reencontrar
As coisas básicas e simples da vida
Que me dão prazer
Como testemunhar a natureza em transe
Boiar na água no meio do mar
À deriva e ‘Ah!’ tão livre
E sorrir lá, sozinha,
Porque os fluxos de um oceano de energia
De vida
Me fizeram carinho nas costas
E na minha pele o sol testemunhando minha existência

A vida me deu meu corpo de presente
E ele é todo sensações
E movimento

Eu preciso me reencontrar
Constantemente
Para não me perder

No Leito dos teus desejos
No vão dos meus desejos

Não correspondidos
Perdidos em velocidades diferentes

Mas eu fiz a minha casa
De música, suor e arte
E repouso no ventre de um amor-próprio

Para a potencialidade de conexões muitas
De redescobertas para dentro de mim-alma

Que faz do meu corpo
Camaleão constante
Eu vivo para poder-ser diferente
Constantemente

Para poder-repousar, quem sabe
Num outro que me entenda
Antes de mim

Cada dia é um degrau
Cada dia é uma queda
Mas nada mais,
Nada mais
Que o movimento de estar

E ser
Bem viva

Vivendo.

Lucy, 26. maio. 2013

sábado, 25 de maio de 2013

Vamos?



Me dê a sua mão
E a gente forma
Um acontecimento

Venha comigo
Que vamos para aonde for

Por onde for
A gente forma, com fome,
Todo acontecimento

E nada mais
Nada mais importa

Não precisamos saber
O que outro lá que não te sente

Faz, pensa, esbraveja
E mente

Não precisamos nem de discursos
Quando estamos juntos em ação

A gente é Acontecimento
E com a ação no corpo
A música na pele

A cabeça pouco tem
O que pensar

A não ser

Ser
E viver.

Lucy, 25. Maio. 2013

Jogo Marcado



Depois de algumas tentativas
Algumas vezes o sangue drenado
Noutras sugada e desidratada
Testando recomposições...

E mesmo assim outras tentativas
frustradas

Se perdia a cabeça
Em meio aos corações
Que abandonaram no vapor quente
O meio ao nada

Taquicardia

Depois de tudo isso

Muito humor
Muita ginga
Muitos sorrisos
Muito pouco

Tempo

Depois de tudo isso
Pedaços
Ao vento
Vão, voltam
Desfazem
E evitam

A inevitável
Lança no peito
Lançada ao vento

Não, eu não quero nada
Não, eu quero tudo
Eu quero

Me protegendo eu acabo
Comigo

Me perco  e perdida
Te encontro
Te evito
E sou

 Indefinida
Depois do jogo apostado
Azar no jogo
Perdi as fichas

Eu rio das certezas
Tão incertas
Do mundo

O acabar contigo
Foi um fim ao avesso
De mim

Lucy, 17 maio 2013

terça-feira, 14 de maio de 2013

Música Importa



É porque nas asas
Das ondas
Das músicas
Eu vôo, sentada na minha cadeira
Ao custo do nada
Na minha cadeira

E eu pego na mão
De alguém
Lá do outro lado do universo
Que nunca me verá
Nunca me escutará

E não importa
Pouco importa
A Arte entra em mim
E eu emagreço -  muita agua de chôro
E fico bem

Mais leve
A batida é meu murro, solto em pássaros
Voam e se libertam

No meio do nada
A música é só sentimento

Eu tenho uma pista de dança
Em qualquer lugar que ande
Meu pensamento.

Lucy, 14 maio 2013.