Os homens me dão calafrios
Frios calados
Meus amigos me mantém
Viva
Me dão base, para não cair
Assim: toda de uma vez
Quando tudo parecia estar equilibrado, de alguma maneira
Um pequeno vento soprou
Em hora inoportuna,
Na brecha de um calcanhar
De Aquiles
E me desmorona quase me desmorona
E aí eu preciso ter calma
Respirar bem fundo
Mundo
E refazer meus passos
Tentar encontrar o momento em que eu perdi
Em que eu me perdi
Eu posso ser muito mais
Eu sou muito mais
Eu posso ter valor
Eu consigo e serei feliz
Eu farei meu caminho
E eu tento reencontrar
As coisas básicas e simples da vida
Que me dão prazer
Como testemunhar a natureza em transe
Boiar na água no meio do mar
À deriva e ‘Ah!’ tão livre
E sorrir lá, sozinha,
Porque os fluxos de um oceano de energia
De vida
Me fizeram carinho nas costas
E na minha pele o sol testemunhando minha existência
A vida me deu meu corpo de presente
E ele é todo sensações
E movimento
Eu preciso me reencontrar
Constantemente
Para não me perder
No Leito dos teus desejos
No vão dos meus desejos
Não correspondidos
Perdidos em velocidades diferentes
Mas eu fiz a minha casa
De música, suor e arte
E repouso no ventre de um amor-próprio
Para a potencialidade de conexões muitas
De redescobertas para dentro de mim-alma
Que faz do meu corpo
Camaleão constante
Eu vivo para poder-ser diferente
Constantemente
Para poder-repousar, quem sabe
Num outro que me entenda
Antes de mim
Cada dia é um degrau
Cada dia é uma queda
Mas nada mais,
Nada mais
Que o movimento de estar
E ser
Bem viva
Vivendo.
Lucy, 26. maio. 2013
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