domingo, 16 de junho de 2013

Não sei o quê, mas é



É uma pontada na cabeça
É espaço faltando, espaço sobrando
É um quarto do lado de mim
Vazio
E me empurrando
Entrando dentro de mim

É pouca coisa
É muita coisa
É tudo isso que eu pedi

E meu corpo digere em tempo diferente de mim
É ter paciência com meu corpo

Foi um passado que voltou
Sem anunciar
É a mente que prega peças
E eu não consigo mais te ver

É minha mente confusa
Porque a sede sempre é tão grande
Que minha vida se equilibra
No contínuo insustentável

De ti, que não me viu
O outro que me perseguiu
De mim que não entendo

Eu perco e perco anos
De algo tradicional que deveria estar acontecendo
Que eu atropelei e deixei em algum outro universo

É a pontada na minha alma
Que não me sossega na cama
É a necessidade do sono
E a impossibilidade de dormir, bem,
Porque os sonhos denunciam
E o acordar anuncia

É o movimento insustentável
De um encontro contínuo
Com alguma barreira

Quando eu me vi tive medo do espelho
Eu olhei bem forte em meio a escuridão
Porque não queria a claridade
E tudo ficou um difuso enorme

Eu fico extremamente dividida
Se eu não consigo espalhar meu corpo no mar
Se eu não consigo fazer arte no papel
Se eu não consigo correr numa montanha

Porque a minha vista não aguenta
O que está dentro de mim

E uma sede sempre me faz querer ingerir
Algo que possa moldar meu corpo
E deixar minha alma
Repousar em outro alguém
Em outro ninguém

Que não eu.

Lucy, 16 junho 2013

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