Apagam-se os escritos, por favor
As flores já não têm a mesma cor
O perfume mal me importa
Mal me comporta
Fecha-se o dia, com favor
E deixe-me ir
Permita-me ficar, bem, comigo
Meu bem de mim mesma
Já não me faz bem
No precipício derradeiro
Que nunca me permiti cair
Eu vejo as paredes correndo
Contra mim
E gosto de correr em direção
Ao chão
Sem fim
Salve-me se só eu posso
Ao leito de um sem fim
Primeiro
Cansei de ser bem
De ser do bem
Os motivos se fecharam
E eu sou em tempo ruim
Me desculpa, vida,
Por este descompasso
Eu sou sem fim
Com fim
Enfim
Cansada
E sem gana
E vou esperar
Para reencontrar
O pulso de mim que ainda luta
A mim me pesa apenas esta constatação
O peso de ser
E existir
E ter que dormir
Para um amanhã
Que não me atrai
Só me distrai
Eu só
E Ai!
Lucy, 2. Julho 2014.
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