domingo, 29 de novembro de 2015

Toda leveza será retribuída



Eu visito o mar
Para saber, que com tantas andanças e mudanças
Ele continua, grandioso
Ali
Igual

E abençoa

Eu visito o mar
Para colocar todas as coisas
Na sua real perspectiva

Porque a casa verdadeira é a que não limita
Porque eu sou sem limites

Porque ele me permite
Ser, em parte, mero repouso de sol

Porque as águas em ondas me balançam
E me aconchegam
Numa companhia silenciosa
E antiga, de trovões

Porque existe uma violência e calma
No encontro de águas e areias,

E minhas pegadas se perdem

Porque eu preciso me perder

Porque eu me encontro
E sou sem mal

Felicidade entra em mim

Para além-cidade, mesmo que à beira

Eu visito o mar para pedir a bênção
Ao dia novo
A uma mim nova
E sempre igual

Lucy, 29/11/2015

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Em face de tudo

Em uma tela de luz
Artificial

Eu vejo desabafos à toa
A todos
Que deveriam ser soprados
Perto de um ouvido
Ao alcance de um abraço

Eu desconfio
E (tento) abstrair
Há tanta vida
Para ser vivida

Há tanta dor, que só sendo sentida
Para servir

Meus pés ainda contam minha história
Melhor

E no vazio/cheio de minhas horas também há
Muitos lugares e pessoas
Sem registros
Com vividos


Lucy, 18/11/2015