Tu carregas aí o teu medo
Eu o meu
Mas que eu tento bravamente
Pôr à luz
Eu vou trêmula com o corpo aberto
E por vezes parar é uma coragem
Por vezes esperar é uma coragem
Por vezes pedir é bobagem
Enquanto tu te guardas, aí,
Eu sigo em corda bamba
Brincando de caminhar
Num abismo de insegurança
Num céu de liberdade
A procurar horizontes
A se perder em mares
Sabendo que encontros são infinitos
Em fuga
Que para se encontrar, com outro, consigo,
É necessário sempre, também,
Aceitar te perder
Aceitar se perder
Lucy, dois de junho de 2016.
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