quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Distrair sem perder meu sol



Parcialmente não posso ser
Parcialmente não posso me ter

A me ocupar em grandes transações
Para fugir de um descompasso teu
Para fazer um inteiro meu

Que se distrai para se refazer, de alguma maneira,
Para não se desesperar, se desperdiçar,
Por aí

É tanta coisa a fazer
Tanta coisa para saber soltar

Em qualquer lugar, também,

Calma

Para poder enxergar
Algum novo Sol

E nascer em mim.

Lucy, 30/11/2017

terça-feira, 21 de novembro de 2017

Apreende dentro



Se eu escrever com calma
O fundo do meu ser
Meu cerne não terá cara
Só força e alma

Se eu falar íntegra
Tudo que eu, despida,
Tentei conquistar
Caem-se as imagens

E se eu me libertar de um tu
Que mal tem
Sustância

Liberdade
A cidade tem movimentos
Que batem em mim com o vento

Com meus olhos
Com meus olhos
Gulosos

Eu posso me ver
Melhor
Pelo que sai de mim
Pelo que não sinto reflexo

Se eu procurar dentro de mim
Uma matéria
Eu também
Desconstruo meu corpo

E me faço,  também
pelo que há
De Mar
E Cidade
Em mim.
Lucy, 21/11/2017

domingo, 12 de novembro de 2017

Antes da rua, calma casa



É preciso sentir calma em casa
Antes de ir pra rua
Antes de ficar nua
E sedenta onde existem sedes

Não sacia

Eu semeio energia interna
Para poder me bastar
Sem toda me dar

Para você - Que solta sem libertar

Eu silêncio música e alguma calma
Muitos escritos para digerir
A parte de mim que é carne
Sem arder pele

Entrar no mar,
Dançar só em casa

Existe um sorriso bonito
Quando nem é visto

Era teu
Só meu agora

Lucy, 12/11/2017.

Ser sem precisar



As suas expectativas de mim
Não são as minhas esperanças de mim

Eu sou diferente
E preciso calma
espaço
respeito
Respiro

Não preciso explicar
O que sou simplesmente
Respeito o que vem de dentro para fora

Preciso filtrar o que vem de fora para dentro
No tempo que me fiz
Tão preciosa pra mim
Tenho que me prestar
Atenção

Se quiser me homogeneizar
Eu destaco
Retraio

Saio da sua visada
Para ter a minha vista.

Procurar empatia é também saber se encontrar só

A correr livre

Qualquer encontro bom
É como ser
Sem precisar

Lucy 11/11/2017

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Para sempre nova



Uma paz que clareia e ofusca
Sentir segurança em estar só
E com todos os queridos
Amigos
Que aparecem na minha vida

Eu descubro a cidade
E é como se eu descobrisse
Uma parte de mim
- Surpresa –
Que ainda tem muito que renovar
Que ser

Na calma da vida Que pede licença a ninguém

Eu caminho em ritmo a plainar
E me encharco em cores

Em produção
Eu sou

Nova Cidade.

Lucy, 09/11/2017 em jampa,

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

O que é decerto



Eu não posso ficar com uma dúvida
Se eu sou tão certa pra mim
Não posso repartir
Meu corpo de tanto cerne

E andar partida por aí

Eu caminho distanciando de perguntas
Para encontrar reticências
Um lindo vento que

Se não sabe se sim
Sabe que isto não.

Eu que sou tão certa pra mim.

Lucy, 06/11/2017