Me
afirmo como um coqueiro riste
Do
pé do meu apartamento que enfrenta o mar
Eu
que posso cair e ainda boiar
A
deslizar sobre águas com tanta paz
Eu
que sinto fome
Motriz
Para
seguir
Para
sair
Para
ficar
Em
mim
Eu
que nem em mim
Tenho
certezas
Em
qualquer dia
Encontro
e sou mar
Que
não se explica
Se
sente
Pelas
cristas que são curvas internas
Eu
rebuliço em um domingo à noite
Que
a solidão é também
Uma
companhia de si
Em
silêncio a música é minha
A
reinventar respirações
Que
sabem ficar em mim
Como
a maresia
Que
meus cabelos ainda são
Na
dúvida de qualquer noite
O
dia
Com
todo o sol, sal
E
água
Para
amaciar e lavar
Lucy,
09/09/2018