domingo, 9 de setembro de 2018

Precisar e ser mar


Me afirmo como um coqueiro riste
Do pé do meu apartamento que enfrenta o mar

Eu que posso cair e ainda boiar
A deslizar sobre águas com tanta paz

Eu que sinto fome

Motriz
Para seguir
Para sair

Para ficar
Em mim

Eu que nem em mim
Tenho certezas
Em qualquer dia
Encontro e sou mar

Que não se explica
Se sente

Pelas cristas que são curvas internas

Eu rebuliço em um domingo à noite

Que a solidão é também
Uma companhia de si

Em silêncio a música é minha
A reinventar respirações
Que sabem ficar em mim

Como a maresia
Que meus cabelos ainda são

Na dúvida de qualquer noite

O dia
Com todo o sol, sal
E água

Para amaciar e lavar

Lucy, 09/09/2018

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