Entre os três (ou quatro) anos
Que nos separam
Existiram várias noites
Que te separaram de ti
A repetição é hábito
Que dá cegueira
Alguns vivem isso por anos
Outros se perdem para sempre
E vão rastrear no chão
O cerne que viria de si
É areia desviando entre dedos
É um novo que não deixa nada ser
Na calada da noite
Em que entorpeço, entorpeces
E o quanto que te mostras por lá
É o quanto perdes de ti
Em costume a transgressão
Já não revoluciona
Eu já encontrei essa corrida
Mas me mantenho em luz, calma
A fazer fotossíntese
Mesmo se só
Mesmo em casa
Porque encontrar ar e caminho
É permitir semear calma
Em si
Lucy 29/10/2019