terça-feira, 29 de outubro de 2019

A noite que (te) mostra e cala


Entre os três (ou quatro) anos
Que nos separam
Existiram várias noites
Que te separaram de ti

A repetição é hábito
Que dá cegueira

Alguns vivem isso por anos
Outros se perdem para sempre
E vão rastrear no chão
O cerne que viria de si

É areia desviando entre dedos
É um novo que não deixa nada ser

Na calada da noite
Em que entorpeço, entorpeces
E o quanto que te mostras por lá
É o quanto perdes de ti

Em costume a transgressão
Já não revoluciona

Eu já encontrei essa corrida
Mas me mantenho em luz, calma
A fazer fotossíntese
Mesmo se só
Mesmo em casa

Porque encontrar ar e caminho
É permitir semear calma
Em si

Lucy 29/10/2019

Nenhum comentário:

Postar um comentário