segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Sempre Nova

Que a dor não venha
Sem algum tipo de aprendizado

Que o suave não cegue
Ao conformismo

Que se tenha coragem
Para enfrentar
E também se deixar ir
Ao favor da maré

Que os olhares reflitam
Algo de dentro de mim
Que eu não posso ver

Que eu me respeite mais
Que eu tenha paz para deixar
O que precisa ser esquecido

Que eu sorria muito
Sem ter quem veja

Que a minha vida seja apenas uma consequência
De um caminhar em acordo

E minha pele uma pequena transição
Da minha energia de dentro pra fora
Da energia de fora para dentro

Em harmonia

Que eu saiba buscar
E possa compartilhar.
Valorizar o que for bom

E deixar o resto
Cair

Toda prece é algum tipo de esquecimento.”

Lucy, 31. dezembro.2012

Em qualquer mato

"
Tirando do mato da terra
Muita coisa que foi semeada, de alguma maneira
Há muito tempo atrás

E no momento instante, de agora
Porque se eu abrir minha cabeça e manter meu corpo
Liberdade

Eu também serei alguém
Que dará um bom fruto
E encontrará
A energia que me cabe e eu ainda não sei o que é
Ainda não sei quem é

Cantando, sambando, andando

Ainda não sei aonde é
Que meu corpo faz união em canção
Que a energia basta e transborda

Meu mundo – caminho
É qualquer um que me chamar
Que meu corpo quiser encontrar
Sem fricção.

Meus amigos me entendem mais do que eu posso explicar
E somamos sem saber.

Lucy, 30. dezembro. 2012

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

É festa?

Ao final de um ano
Ao final de um ciclo, que se estende...
Pelas cores fortes que a cidade insiste em existir
Pelo calor que emana ainda
De alguma condensação
Que não poderá ser lida
De um corpo sensual que continua
Persiste Em ser quente
Mesmo sem se entender
Se estende
Toca algum tipo de união
Que não entende, pouco sente
E se perde sem tradução
 
O calendário decide que deverá ser festa
E meu coração?
Meu coração sente muito

Meu coração persiste pela fresta
com pouca festa

Lucy 24. dezembro.2012

domingo, 16 de dezembro de 2012

Elos

Como estou?
Em que âmbito posso responder?

Que em qualquer circunstância eu produzo
E amo aquele molho que pude compartilhar com amigos
E eu caindo e entregando meu corpo
Pra água No mar Alto
Minha paixão

Que existe um rebuliço dentro de mim de algo não resolvido
Um rebuliço que me instiga no caminhar-ação

Que eu escrevi um texto que foi elogiado, aceito
Que fui criticada e dancei
Que te olhei nos olhos e tive que me virar

No meio da rua caminha ação gente
E luz de postes A MAR ELOS
E eu em meio à tanta
E eu em meio a tantos

Que me amparam e me dão ares
E eu escapo pelo livro livre de mim

Como estou é incomunicável
Pelos passos e repasses de vida – Incrível!

Pelo descompasso – e a única promessa
Que tampouco sei qual será.'

Lucy, 16. dezembro. 2012

Hard (re)cover

It’s been difficult
 
Going down
And back to surface
 
It’s been difficult
And necessary

To continue breathing
 
It has been taking my breath away
Which with strength I recover
 
Throwing myself at the sea
Thrusting my body to normality
 
And it has been necessary
 
To see the sun
And forget
 
The shadow that hunts me
And comes from your fading eyes.'

Lucy
21. Novembro. 2012

domingo, 9 de dezembro de 2012

Semente

Eu quero falar uma coisa
Eu preciso falar uma coisa
Que está envolta em mim
E não pode ser tocada
Não pode ser traduzida

Preciso dar voz à sensualidade
Não correspondida
Um grito silenciado
Uma inquietação pacífica
De algo que não é

De uma vontade de algo semente
Que enquanto é um poder-ser
Carrega em si todo o sucesso e fracasso
E todos os cenários possíveis
De coisas inimagináveis

Pares possíveis e impossíveis
Que o acaso, por descaso,
Ainda não faz ser.

O limbo de algo não capturado.

Lucy, 9. Dezembro. 2012

sábado, 1 de dezembro de 2012

PAZ

"
Eu deixo a cidade em paz
E vou tão somente
Devanear no mar
Que espelha o céu e eu dentro de mim

Como descrever algo tão simples?
Como descrever algo tão forte em si?

Eu troco de cenário
 e a cidade - com todas as suas lógicas
E des-lógicas
e mortes lentas de vida apressada -
É apenas meu cenário, não está em mim
Está para mim, quando eu puder

Minha casa flutua na certeza de não poder ser construída
Meu coração flutua na certeza de não pertencer

Ao piso esmaga dor
Aos entre-pisos em que não caibo
Em que pouco respiro e mal vejo

Eu perco a vista no horizonte e não preciso pensar no que veem
Se me veem, se gostam ou não

No mar eu SOU, simplesmente
Um repouso para o sol, um encontro com a água
Entre meus fios me dão ar
Sou da graça

De graça.”

30.novembro.2012

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Sim enterra não

Jogar paciência
E escutar uma música
Enquanto o mundo cai

Porque mesmo?
Porque eu não tenho força para tudo isso

Porque me fará bem
Apesar de todo esse mal
Dispensar todo esse mal

Porque o que não posso segurar
De efêmero
Terá que ser vivido

Apesar de incontrolável
Meu destino
É minha criação

Porque é melhor um sorriso
Cara a tapa

Que o peso
Me enterre não.

Lucy, 9 novembro, 2012

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Se encontro

"
Se eu sou só
Sou só texto
 
Se eu sou encontro
Serei som também
E olhar
Sorriso
Movimento – Abraço
 
Se eu sou só
Sou cansaço
 
Se eu encontro
Minha energia gasta
 
Também transfere
Para alguém."

Lucy
1. novembro. 2012

sábado, 27 de outubro de 2012

COM TEMPLO MAR

Eu vou para o mar
Fazer minha oração Semanal
De alguns dias – tardes
Em que tudo parecerá
Estar
No seu lugar
Tudo pleno E eu inteira
Apesar dos pedaços

Eu preciso ir para o mar
Preciso de algum ar
Para não sufocar
Nesta realidade Só / Pesada
Que me entorpece No chão

Eu vou flutuar nas águas
Até que a carência
Se transforme
Em linda independência:

Meu corpo cansado
Meus olhos mareados e profundos d'água
E meu sorriso
Sem ter pra quê.

Lucy, 27 de outubro, 2012.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012


Aquilo que não se pronuncia e ainda tento

É tão pesado que a palavra não agarra
É tão pesado que no arrastar, arranha e finca
Mas é necessário caminhar.”

Lucy, 20 de outubro, 2012

Precisava e tinha

Se precisasse de desculpas para viver já teria
 
Algum sentido   No sentir-o-mar
 
Se precisasse de desculpas para viver. Faria
 
Mesmo em meio a tanta escuridão e incertezas
Festejar o novo ano, velho ano
 
E desejar o infinito começo e fim
De cada dia
Que a vida promete
 
Apesar
Da escuridão
 
Se precisasse de desculpas para viver: Encontraria
Um amigo, uma amiga
 
Que lhe entenderia
Com e sem palavras
 
A silenciar este não.”

20.10.2012

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

A deriva

O tempo que me resta irei agarrar
Com unhas, dentes e pele inteira
E irei aceitar o carinho do mar como único certo
Em meio a tanta... Desilusão
 
E a mágica de encontro e revelações
Produções, criações, contemplando ações
 
Serão a minha semente a aceitar
Um passo só, outro acompanhado
 
E tentar não me avexar
Não lhe vexar – Deixar correr somente só
 
E aceitar o caminho descaminho certo como única resposta possível
 
Às perguntas que não fiz
Às perguntas que já estão postas – Em algum ar de caminho
 
Irei agarrar
A certeza do mar e do sol nascer novo cada dia
E eu renovada em mim
 
A me reinventar
Em um Qualquer possível
Tua."

Lucy, 22 setembro, 2012.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Alego Alegoria

Um momento tremendo sucederá
Uma explosão de sentimentos
Em sequências embaraçosas e fortes
 
Testarão minha fundação
E O horizonte que tu me mostrasse
O horizonte do que eu consigo ver
 
Para além disto
Um talento enorme de criar compartimentos
De partir o mais em menos
E não te digerir

A minha calma virá de minha alma
E eu conseguirei transformar minha força e velocidade
Em calma estática e funcional

Tentando manter minha graça na vida
Tentando manter minha vida de graça

Extraindo de poço fundo a superficial cor
Que dá tom a alguma alegria

Alegoria.

Lucy, 09. setembro. 2012

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Bem Querer

Eu não quero respostas – apenas –
 
Eu quero ações
 
Canções e cantigas sambadas para mim
Em mim para algum ti
Ninguém e todos serão
 
Verão – algum brilho resplandece
 
Se os toques se chegam em um ar
Soltos – Serão
 
Eu não quero
Tudo que não seja você
- Me querendo
 
Eu me quero
 
Um bem- te- vi
Nem sempre será no presente
 
Passada em mim eu também
Sempre serei
Renovada e nova
 
Em mim
 
Reposta de mim será sempre meu sim
Em algum ti,
Bem.
 
Lucy, 28.08.2012

sábado, 18 de agosto de 2012

SE, mas não (mais não)

É que tudo na vida é
Em corda bamba, bamba
samba

É que tudo no ar
Levita – E é solto

E aí o corpo que se foi
Foi também um vazio
Esbofeteado na cara

Porque AR comprime o VAZIO

É que também só assim
Escutarei músicas
E tons – cores - de alegria

Há que ter muita calma
Paz, e esperança
Para relativizar

A bamba da vez
Que no passo da dança
Caminha lindamente

Para a frente
E te fisga de lado.
Você do lado
De cá

É bem mais legal.

Lucy, 18. Agosto. 2012

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Prece Alma

Eu preciso ter muita energia boa
E calma

Porque eu carrego comigo as minhas pessoas
Queridas
E é preciso
Muita calma nestas horas
Muitas horas de calma

Com sorrisos e paz olhar interno
É preciso muito discernimento
E não se deixar levar
Caminho - sentimento - descaminho – ilusão

E, ainda assim, ter coragem de
Sentir- Se-Dá Se Dar!
Por algum caminho que irá haver

Na ciranda de amizades e ventos
Que refazem
A pele osso no nosso corpo.

Algum tipo de forma – disforme
Apertos de mãos soltos
O coração Junto do corpo ação

Criar novas batidas
Em nova oração.

Lucy, 13. Agosto. 2012

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Espalhados Ao Vento

Minhas festas e partidas e repartidas da vida
Não têm lá uma turma tão grande
Não cabe em mim
conseguir digerir

TANTAS pessoas tão grandes como essas que aqui estão
Estarão ao meu lado
Eu já mal caibo em mim

E não cabe a mim
determinar
Quem o destino me sopra ao vento
E se encontra ao lado de mim
E se deixa repousar

Mas são GRANDES e ÚNICAS pessoas
A quem agradeço o reflexo na existência

E que por estarem espalhadas
Vivo a vida com uma saudade
Que cadencia meu passo

Eles passarão, eu passarei
E levarei comigo
E redescobrirei já sabendo

Pessoas metade de mim

Meu infinito é feito de vários
E poucos

Únicos

Lucy, 8. Agosto. 2012

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Mundana

Talvez eu chegue a um ponto na minha vida
Em que eu consiga apenas simplesmente admitir
Que fui humana

Que não controlei minhas carências
Mas que mantive uma linha raciocínio Orgulho
Que me arrancou de mim e me manteve O caminho
Meu

Que me trouxe e me atirou em portos
E fui surpreendida – continuamente – comigo mesma
Aprendi e desaprendi, e esqueci se havia o que saber
O que saber, que não fosse o que sentir

Talvez eu admita, que apesar de todas as incursões
Não há um sorriso que não abra a porta certa
Que a única solução é buscar a pitada de alegria
Num universo de tristezas, que definhará...
(Justamente por isso)

Talvez eu tenha mais coragem, e me desgarre do cômodo
E saiba que é preciso, aceitar a liberdade
Que os sustos irão
Me colorir, e suspirar, e sorrir-grito!

Talvez eu saiba admitir e aceitar
Que apenas um caminho incerto pode chegar
Em algum pedaço inteiro de mim.

Lucy 19.julho.2012

terça-feira, 10 de julho de 2012

Apenas um detalhe

Era muito pequena, muito tímida
A flor que deu cor à cinza
Era muito vento e ainda
A flor não caía

Era muito vulnerável
O pequeno sentimento bonito que se instalava
E gritava algum tipo de independência
Apesar, a pesar
Das carências

Era um detalhe
Mas fez alguma - e toda - a diferença

Era muito simples a nossa cor
Que passava despercebido
Para quase todos
No entanto deu sentido para minha vida

E guiou meu caminho imprevisível
Para apenas um sensível tradutor
Saber me ler
Me ver.

É um sorriso apenas, que o vento leva,
E me eleva,
Uma nota que se perde
Um vento que me bate

E eu já fui.

Lucy, 10.julho.2012

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Íris

Na piscina dos teus olhos
E lusco-fuscos
Irei algum dia me perder
Assim como os meus perscrutam O mundo
E me traduzem a alma

E vou sorrir, não sabendo de mais nada
E deixar a vida linda me carregar
Para o lugar – mar – certo

Porque meu corpo já é todo evidência
E escrita espalhada por aí
E voz e som no ar
Que as palavras tentam, em vão,
Traduzir

Em pontes de olhares e sorrisos
Eu vou me perder
Para poder me encontrar.

Lucy, 15. Junho. 2012

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Remada corrente.

Há de fazer, com calma, um futuro imbutido no presente,
Aceitar as renúncias e o passar de cada dia
Num levar de águas sem arrependimentos
Há de cravar com força o momento instante
que passa
e não se deixar...
Viver sem amor, ideal, ou esperança

Para ter o amanhã abrindo de sol
É necessário o sim e o não de hoje

É necessário também saber soltar o tempo
E aceitar o corpo leve derivar

No mar sem tamanho
Eu me encontro e te perco

E me renovo
O que serei amanhã
É algo do que aceito e ultrapasso
hoje.

Lucy 23.10.2011

Mareada

Em algum lugar do mar
Jaz a minha libertação
E eu vou aos poucos me expandindo da cidade
Despedindo
Em algum lugar Ar em mim
Jaz o meu ser, que precisa se libertar
E ter carinho e movimento, para além de mim
Em algum lugar, meu mar
Eu sei me entregar
E eu sou ser de sal, água e sol
Nada mais, nada mais...

Eu sou tudo isso,
Eu inspiro a maresia
E me lavo por inteira
Meu sorriso olho é luz em reflexo
Em qualquer dia

E minha cidade é qualquer
Mar que me dá.

Lucy, 17 de maior de 2012.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Traduz Ação

Meus sentimentos
Coloridos, visuais, táteis
E inquietações
Deverão nascer em texto íntegro
E maduro E compreensível
Para o descanso de minha alma

A cidade deverá se traduzir
Num pulso forte que meu corpo percorre
Em palavras explicativas

Eu irei capturar – o misto ritmo de
Especulação – espetáculo
Com a calma e soberba de quem enxerga
O pôr do sol
E sabe tudo no seu lugar

E saberei, me acalmarei,
Já que tudo isso,
Ainda é muito mais fácil
Do que olhar dentro de mim
E me traduzir

Tão estrangeira que sou
Não me encontro.

Lucy, 20.abril.2012

quarta-feira, 14 de março de 2012

Oração

Eu não quero beber só
Escutar música só, para mim,
É uma oração
Morar só uma construção
De alma e lar

Eu não quero socializar, só
Somente isso
Entender minha alma
É fé para mim

E nunca é o bastante
Caminhar nas trilhas e me gastar
E doer, e sorrir, e sentir
Para mim é viver

Com ou sem alguém
É o que somente a vida pode me dizer

Eu tenho que viver com calma
Viver alma, mar, e música

Sem sentir
É a única maneira
que não tenho Como SER.

Lucy Donegan, 11 março 2012.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Depois do surf, carnaval

O meu corpo e alma
Se realizam – plenamente – no mar
Inútil tentar descrever - apesar das tentativas -

Que o sol é fotossíntese da alma
E como arco-íris revelam os tons dos seres
E chão
Que sumberge na água
Com força se faz também velocidade
Movimenta minha alma
Acariciando a pele
Inútil tentar expressar
Meu amor pelo mar

O essencial
É visivel em meus olhos
Porque meu corpo é todo alma
Depois de deixar tudo de ruim
Escorregar para fora de mim
E me encharcar de ar.

Lucy, 21.fevereiro.2012

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Pacífico


Valparaíso - Chile.

Impressão

Meu sangue pulsa
em Português
Meus repertórios
Também podem ser traduzidos

(Quase)

Por algum sorriso – ponte
Vozes e tons com cores
Com pôr es

Meu toque pode ser sentido em outro clima
E minha pele reage e se transfigura
Com dores
Outra pressão

Minha impressão se traduz
E tudo fica solto no ar
Mistério de algo que perdi
E ficou
Em mim.

Lucy 20.janeiro.2012